domingo, 11 de dezembro de 2011

Inevitável


 Quando Eduardo chegou todo vermelho e envergonhado, Caio apresentou os dois. Agora que ambos sabiam seus nomes, era suficiente para Eduardo sonhar.
“Oi Eduardo.” Era a voz dela dizendo seu nome, e Eduardo mal conseguiu dizer “Oi Alice”, quando seus olhos se encontraram de novo.
“Desculpa por ter pegado sua câmera. Sabe como é? Achei ela muito legal, e o Caio estava tão ocupado, que peguei emprestado um pouquinho”
“Ah, é, eu estava ocupado? Você é fogo, Alice! Sempre apronta dessas.”
“Eu só queria tirar umas fotos legais. Depois entregava!”
“Isso é verdade. Você sempre pega as coisas só pra implicar ou por curiosidade.”
“Você sabe que adoro irritar os outros.”
Alice estava acompanhada da amiga baterista, mas a conversa ficou mesmo como o destino queria. Antes que o dono do bar pudesse chegar, Caio saiu rápido de volta pro bar, levando junto a outra garota e falando: “Voltando pro trabalho, agora. Alice, se explica aí pro Edu.”
“Bem, eh, Alice..”
“Desculpa, Edu, foi o que disse só queria ver como é usar uma câmera profissional.”
“Tudo bem. Mas você poderia ter pedido né?”
“Eu sei, mas aí eu não seria a Alice desse jeito!”
“Ah tah, meio louquinha... como disse o Caio?!”
“É por aí, mesmo...” Ao dizer isso, foi inevitável Alice não sorrir. E, como um efeito de resposta direta: Edu também sorriu.
“Você gosta de fotografia?”, perguntou Eduardo meio tonto pelo sorriso dela ainda.
“Sou muito curiosa, isso sim!”
“Percebi, por causa dela fiquei tomando fora de cada menina de cabelo loiro e vestida de xadrez daqui...”
“Sério?! Que doido!” E, dessa vez, é uma sonora gargalhada que sai da boca de Alice.
“Você ainda ri!”
“Desculpa, mas imaginei a cena! Sou muito imaginativa!” Inevitável dessa vez foi Eduardo também não dar uma sonora risada.
Por mais incrível que pareça, o tímido e vermelho Eduardo se mostrou uma ótima companhia para a travessa Alice. Passaram um tempo conversando, até que chega a hora da banda tocar de novo. Como se lesse os pensamentos de Edu, Alice passa os perfis sociais da banda, em um papel rabiscado rapidamente. “Bem, tenho que voltar pro palco! Procura a gente na rede. Vamos manter contato!”
Eduardo balbucia um “uhum” enquanto vê a Alice partir para o seu habitat inevitável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário