Sem reparar em seus atos, Eduardo clicava freneticamente, focalizando a vocalista sem nome, que o havia cativado. Tanto que quase se esquece de fazer seu trabalho. Até que o dono do bar o chama e ele retorna da fantasia clicada para a realidade. São apenas alguns segundos ouvindo o tal cara, mas o suficiente para a vocalista sem nome sumir do palco, levando junto o brilho do olhar de Eduardo.
Após algum tempo de procura, o fotógrafo decidiu desistir de buscar sua musa cantora em cada garota do bar. Então, cumpriu o trabalho para o qual foi contratado. Cansado, vai até o bar e começa uma conversa com Caio, o barman, enquanto toma alguma coisa. Nessa hora, seu celular toca e ele tem de ir até fora do bar pra atender. Pede pro barman guardar sua câmera enquanto atende ao telefone e respira um pouco daquele tumulto de gente.
Caio concordou, mas não pensou que estaria tão ocupado a ponto de não conseguir vigiar nem as garrafas de bebida de seu balcão. Assim, em um dado momento, Caio só consegue ver uma garota se debruçando no balcão e saindo com a câmera de Eduardo.
“Droga, Edu vai me matar! Pior! Agora vou ter que pagar a câmera! Toh ferrado!” Mal pensou nisso e Eduardo apareceu perguntando sobre a câmera. Deve ter lido na cara de Caio o que aconteceu, pois fechou o rosto e pulou pro outro lado do balcão, dizendo: “Que que houve? O que aconteceu com a minha câmera, Caio?” Depois de explicar tudo que aconteceu, agora era dever de Caio ajudar Edu na saga pela câmera. E, assim, foi.
“Droga, Edu vai me matar! Pior! Agora vou ter que pagar a câmera! Toh ferrado!” Mal pensou nisso e Eduardo apareceu perguntando sobre a câmera. Deve ter lido na cara de Caio o que aconteceu, pois fechou o rosto e pulou pro outro lado do balcão, dizendo: “Que que houve? O que aconteceu com a minha câmera, Caio?” Depois de explicar tudo que aconteceu, agora era dever de Caio ajudar Edu na saga pela câmera. E, assim, foi.
“Me diz como é a garota?”
“Ah, tem cabelo loiro, e tah vestida de camisa xadrez.”
“Ah, bela descrição. Isso só encaixa em quase todas as garotas daqui!”
“Poxa, cara, sou barman, não fotógrafo”
“Se fosse, saberia que a câmera tem a minha vida!”
De longe, Caio vê uma garota. “Bem que podia ser ela!” Ele aponta e Eduardo corre na direção:
“Ei, poderia me devolver a câmera?”
“Que câmera? Seu doido!”
“Não é ela, cara!”
“Desculpa, aí, confundi você!”
“Devia fazer um óculos!”
O pior de tudo é que Edu perdeu a conta de quantas vezes correu, perguntou sobre a câmera nervoso e recebeu respostas mal-educadas. A do óculos nem foi a pior.
“Que câmera?”
“A que você pegou no bar!”
“No bar eu só pego cerveja!”
Houve um momento que Edu pensou que ia levar uma surra. Uma garota estava com um namorado grande e, mesmo Edu sendo educado, o cara olhou com uma cara tão feia, que assustou até a alma do fotógrafo.
E foi assim, durante parte da noite. Ora uma resposta mal-educada, ora uma quase surra, ora uma depressãozinha pela perda. Edu, cansado de correr, começava a se conformar com a ideia de ter perdido sua amada câmera. Do nada, Caio aparece, com um sorriso. Eduardo quase voa no pescoço dele, mas Caio é mais rápido em dizer: “Achei a garota! Ela é louquinha!” “Vamos logo, então!”
Tal qual não foi a surpresa de Eduardo quando viu a sua frente ela, sua musa cantora, a vocalista sem nome, segurando sua câmera. Ela era tão linda que ele até esqueceu das milhares de fotos dela na câmera dele. Quando se lembrou disso, foi subitamente ficando vermelho enquanto caminhava até ela, torcendo pra ela não ter visto nada. A essa altura, Caio já estava perto dela, falando sobre o dono da câmera.
Do outro lado Alice, com a câmera na mão, pela primeira vez na vida, se envergonhou por ter feito algo doido. Aquele era o cara que tinha feito seu olhar se perder, no início da noite. E logo dele, ela pegou a câmera. Isso não ia terminar bem...
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